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domingo, 20 de janeiro de 2013

Crítica | Frankenweenie


- Quem conhece o curta metragem Frankenweenie?
- Curta?
- Isso mesmo.
- Mas o novo filme de Tim Burton não é um curta.
- É verdade, mas ele é baseado em um.

Na década de 80, Burton estava assistindo a um dos clássicos do terror, Frankenstein, lembrou de um cachorro que teve na infância e subitamente teve a ideia de adaptar a história de Frankenstein para o seu mundo, porém com um viés menos agressivo e mais humano.

Neste filme, assim como no curta, temos o personagem Victor Frankenstein e seu cachorro e fiel escudeiro Sparky. Um dia, durante uma partida de baseball, Sparky vai atrás da bola que havia sido rebatida para fora do campo e é atingido por um carro, não restando possibilidades de sobrevivência e Victor, como esperado, fica muito triste, afinal de contas Sparky era seu único amigo. Algum tempo depois, durante uma aula de ciências, Victor descobre que criaturas vivas, mesmo após a morte, reagem a impulsos elétricos e imediatamente tem a ideia de trazer à vida seu adorado Sparky.

No curta, o laboratório de Victor é equipado com os objetos usados no filme inspirado no livro de Mary Shelley e o mesmo ambiente é trazido na animação, apesar de ser mais discreto, e é neste ambiente que Victor e, originalmente Dr. Frankenstein, trazem à vida suas obras primas. Após a ressuscitação, Sparky é visto pelos vizinhos que pensam se tratar de alguma criatura demoníaca comedora de criancinhas (ok, isso foi levemente exagerado, mas eles realmente pensaram que era um monstro) e em meio a confusão alguns colegas de Victor descobrem sua façanha e resolvem trazer suas próprias criaturas à vida, o que gera ainda mais confusão e agora, Victor e Sparky terão que salvar a cidade que os quer destruir.

O filme dirigido por Burton é uma obra prima, assim como Sparky, e resgata não só o clássico curta do diretor mas a sua própria essência sombria e estranhamente sensível e humana, aquela mesma essência que vemos em Edward Mãos de Tesoura, por exemplo. Além do resgate pessoal, podemos observar mais uma lição de amizade trazida pelo cinema durante o ano de 2012 e a propósito, é uma linda história de amizade, algo que somente poderia ter sido escrito e transmitido por alguém que já teria passado pela terrível perda de um fiel escudeiro.

A animação é em preto em branco, assim como o clássico que a inspirou e seu desfecho é semelhante, exceto por possuir final feliz, conta com um excelente trabalho artístico também desenvolvido por Tim Burton e trilha sonora tradicionalmente criada por Danny Elfman. Como prova final do retorno de Burton às origens temos a ausência de Johnny Depp e Helena Bonham Carter no elenco, o que nunca havia deixado de acontecer desde Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, respectivamente.

Enfim, podemos considerar ambos os filmes duas pérolas artísticas e duas reproduções sombriamente sensíveis e repletas de sentimentos, união de características que só seriam possíveis e dariam certo no estranho mundo de Tim Burton. Portanto, aqui deixo minhas cinco estrelas e um enorme parabéns ao mestre do genialmente estranho estilo Burton de ser.

Assista abaixo ao curta original de Burton:

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