Todo
mundo sabe que A Sangue Frio, de Truman Capote (Companhia das Letras, 2003, 440
páginas), é leitura obrigatória para todos os estudantes de jornalismo. Ele
introduz o jornalismo literário – e o movimento new journalism – e com certeza
é a matéria-prima da linha. O livro é ótimo também para quem quiser ler, pois é
uma história verdadeira transformada em literatura.
Truman Capote |
O
livro foi escrito baseado nas investigações de uma história real: o assassinato
brutal e de grande repercussão dos membros da família Clutter (pai, mãe e o
casal de filhos mais novos), em uma cidade minúscula no estado do Kansas, Holcomb,
nos Estados Unidos, em 1959. Os Clutter eram o modelo de família perfeita, feliz
e bastante popular: o pai era fazendeiro, religioso e vivia em função da
comunidade, a filha era uma ótima aluna e atraía a atenção dos garotos. A mãe,
no entanto, era introvertida e possuía problemas mentais (raramente saía de
casa) e o filho era recluso.
Do
outro lado, dois criminosos – bem diferentes entre si – planejam o crime
perfeito, que era assaltar a família. Um deles havia ouvido na prisão que havia
um cofre recheado de dinheiro na casa dos Clutter. Tudo foi feito em vão: todos
na cidade sabiam que o patriarca da família apenas pagava em cheques e que não
guardava dinheiro em casa. Os assassinos acabaram por roubar objetos sem valor
e exterminar a família. Depois de muito tempo de investigação, os assassinos Richard
“Dick” Hickock e Perry Smith foram encontrados e condenados à forca.
A
Sangue Frio rendeu muitos filmes tempos depois, que contam a história do autor,
do crime e de ambos. Os dois primeiros - ambos intitulados A Sangue Frio – saíram
em 1967 e 1996, sendo que o segundo saiu para a televisão. Truman Capote é
sempre um dos personagens, não havendo como desvinculá-lo. Os outros dois,
Capote (2005) e Confidencial (2006), focam, principalmente, no autor e no
relacionamento dele com a história.
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