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domingo, 18 de novembro de 2012

Nada de ficção, tudo de realidade


Como uma produção independente pode fazer sucesso? Pouca gente sabe responder a essa pergunta. Se soubesse, não seria uma produção independente. Eu acho. Mas o que o filme “500 Dias com Ela” (500 Days of Summer, 2009) acabou fazendo, com certeza é sucesso. E duradouro.

A película é de 2009, mas o sucesso perdura até hoje. O enredo original talvez seja a principal diferença deste filme. Normalmente os clássicos hollywoodianos apresentam finais felizes, após todos os dramas em que os protagonistas passaram. Acabaram por ficarem juntos e é isso aí. Em “500 Dias Com Ela”, no entanto, foi diferente.

O filme conta a história de um homem, Tom (Joseph Gordon-Levitt), morador de Los Angeles. Sua vida até então era normal, sem grandes desafios. Monótona. Até que ele conhece a nova assistente de seu chefe, Summer (Zoey Deschanel). Eles acabam por se descobrirem compatíveis. Tom acaba se apaixonando por Summer. Ela não.

Apesar das idas e vindas, eles ficam junto durante um tempo. Até que não mais. O desfecho, no entanto, não a mostra se apaixonando por ele. Pelo contrário, ela acaba deixando o protagonista, que entra em profunda depressão. Até que encontra outra pessoa a quem dá uma chance.

Desculpe se acabei por contar o final, mas foi preciso. O personagem que foi deixado pela “namorada” acaba aprendendo lições de vida úteis. Não é a mesma coisa que acontece na realidade? Ouso dizer que é um dos poucos filmes que retratam a realidade tal qual ela é, e não as nossas fantasias e desejos projetados.

O filme conta com uma trilha sonora impecável, quase inteira de rock independente e alternativo. Há um pouco de folk rock também. Por esse motivo, acaba agradando adeptos deste estilo musical. E adolescentes comuns que já passaram pro algum amor não correspondido. Com certeza acontece com todo mundo, mas o cinema de um modo geral mostra apenas estórias felizes, acabando por iludir as pessoas. Claro, principalmente crianças e adolescentes, mas adultos também.


Outro clássico que fez bastante sucesso pelo final triste e se distanciou dos demais, foi “Casablanca”, de 1942. Setenta anos depois, as histórias acabam por não mudar, como a vida e as relações sociais.

Por Gabriel Johnson (@80cao)

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