Cá estamos nós para falar da primeira temporada de Bates Motel, uma série estranha e sem potencial até o segundo episódio. Porém antes de iniciar o tema da postagem é fundamental ter algumas noções sobre a história, informações que poderão ser obtidas através da postagem intitulada "O Que Bates Motel e O Massacre da Serra Elétrica Tem Em Comum?". Superado este ponto, podemos começar o nosso review.
Norma e Norman Bates são mãe e filho cuja história é regada a sangue e tragédias. Logo no primeiro episódio Norman encontra o pai morto, aparentemente vítima de um acidente, na garagem de casa, e este triste momento serve de mola propulsora para uma nova tentativa dos remanescentes da família Bates reconstruírem suas vidas e sua história. Mãe e filho, então, decidem se mudar para a pequena White Pine Bay, onde administrarão um antigo hotel de beira de estrada.
Logo nos primeiros dias a família se depara com o maluco Keith Summers, antigo proprietário do hotel, que a todo custo tenta assustar a família para reaver a propriedade do local e após ao fracasso, Keith decide apelar para um lado mais perverso: durante a noite ele invade a casa e então ameaça e abusa sexualmente de Norma, que estava sozinha. Quando Norman chega em casa, se depara com mais um triste e agoniante momento e sem pensar duas vezes agride o invasor. Enquanto Norma "doma" o furioso Keith, Norman sai em busca de um kit de primeiros socorros, mas quando retorna, encontra a mãe coberta de sangue, sangue de Keith Summers.
Após o momento de fúria, a primeira ideia de Norma é se livrar do corpo e esconder quaisquer vestígios que possam existir sobre a terrível noite, então Mãe e filho acabam por decidir "desovar" o corpo em um rio que banha a cidade.
Não muito tempo após o ocorrido, a família começa a ser alvo de investigações do xerife da cidade, Alex Romero, e de seu braço direito, Zack Shelby, e os momentos de tensão se tornam mais constantes à medida que os Bates tentam remendar histórias e esconder fatos.
Durante a investigação, o xerife obtém um mandado de busca e apreensão para a casa dos Bates e Norma que até então estava segura da não existência de provas se surpreende ao descobrir que Norman havia guardado como "troféu" o cinto de Summers, sendo este apreendido pela polícia. Então com o intuito de resgatar o cinto e encobrir novas provas, Norma acaba se envolvendo com Shelby e este acreditando nas juras de amor, passa a ser cúmplice da amada.
Quando todas as provas que poderiam incriminar Norma somem, a investigação cessa e pela primeira vez a família pode respirar e mais uma vez dar seguimento às suas vidas. Enquanto isso, Norman faz amizade com Emma e Bradley, sendo aquela perdidamente apaixonada por ele e esta sua grande paixão carnal.
Emma e Norman começam a investigar um pequeno livro, que conta a história de garotas asiáticas vítimas de exploração sexual, encontrado por ele em um dos quartos do hotel, e descobrem a veracidade da história, sem querer, um dia, quando Norman, ao tentar resgatar o cinto de Shelby, invade sua casa e encontra uma garota asiática feita refém e em estado deplorável. Aqui a série toma um novo rumo e novos personagens surgem ao redor do tema.
Norma descobre o envolvimento de Shelby com as explorações sexuais e que Keith Summers usava o hotel como ponto de venda para os compradores das asiáticas e a história mais uma vez tem uma reviravolta. Shelby, apesar da forte atração por Norma, decide que ela e sua família devem ser eliminados por saberem demais e mais uma guerra se instaura entre os Bates e a polícia. Felizmente, Shelby acaba sendo morto por Dylan, filho mais velho de Norma que aparece logo nos primeiros episódios e que não possui nenhuma participação expressiva, e surpreendentemente a família se torna convenientemente "protegida" pelo xerife.
Enquanto os vários cenários criminosos e conspiratórios se desenvolvem na série, a personalidade de Norman vai se definindo e o personagem passa a ganhar espaço, deixando estes cenários, que até então eram primários, em segundo plano e roubando a nossa atenção para nos fazer enxergar as referências à Ed Gein (eu avisei para ler esta postagem). Como prova, a série nos mostra que o Sr. Bates não foi vitima do acaso e sim foi vítima do próprio filho que estava cego de ódio ao ver o pai humilhar e agredir a mãe. É galera, o jogo começa a esquentar.
A season finale (último episódio da temporada) deixa um gostinho de quero mais com um ótimo cliffhanger (gancho) para segunda temporada (que já foi confirmada pelo canal americano A&E) ao mostrar Norman transtornado após perder Bradley, ou melhor, após ser recusado por ela e ser agredido pelo seu namorado, após perder a amizade de Emma e ser socorrido pela querida professora, Watson, que o leva para a própria casa a fim de cuidar dos ferimentos de seu rosto. Chegando na casa da professora, Norman começa a delirar e ouvir conselhos da mãe que o instigam a acreditar que a professora o está seduzindo e fazendo-o matá-la. Aqui, senhoras e senhores, temos a ascensão de um dos maiores personagens de terror do cinema e que promete honrar o alto encargo na televisão.
O elenco foi genialmente bem escolhido, tendo Vera Farmiga como Norma Bates, Freddie Highmore como Norman Bates e Nestor Carbonell como xerife Romero, nos papéis principais. As atuações são excelentes e ótimas homenagens aos personagens originais, em sua maioria, e a história não desaponta ao ser adaptada nos dias atuais e muito menos ao abordar inúmeros temas secundários e polêmicos, aspectos que eram considerados os maiores perigos da série antes de seu lançamento. Bates Motel se tornou uma série de grande potencial, surpreendentemente bem adaptada, sendo elogiada, inclusive, pelos maiores fãs da história original e de constante evolução, característica fundamental no gênero de suspense. Agora resta-nos esperar que a segunda temporada, que irá ao ar em 2014, continue no mesmo ritmo e que se mantenha nos trilhos sem cometer nenhuma grande gafe.
Por Mariana Knorst
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