Imagine
que, em uma noite por ano, você fosse livre e pudesse sair por aí matando quem
quisesse, com a autorização da polícia e com nenhuma chance do assassinado ser
salvo, pois todos os serviços médicos de urgência foram suspensos. Nos Estados Unidos
do futuro, em 2022, isso é possível. Pelo menos é o que propõe o filme Uma
Noite de Crime (The Purge, 2013). Ninguém está a salvo.
Essa
noite, chamada de “expurgação”, permite que você libere sua raiva e seus
instintos durante 12 horas, sem que nada o impeça. Ser livre para fazer o que
quiser. O motivo é simples: a violência tomou conta do país e as cadeias estão
superlotadas. O método propõe aliviar essa situação, e é ao mesmo tempo
criticado e ovacionado pela população, mídia e especialistas.
A
obra de baixo orçamento nada mais é, ao meu ver, do que uma crítica clara ao
liberalismo norte-americano, que mistura ficção científica e futurismo. Apesar
de ser caracterizado de terror, nada mais é do que o suspense. Os clássicos
sustos são corriqueiros, mas nada aterrorizante. Um grupo de radicais que matam
por prazer também são abordados no filme, que usam máscaras para não serem
reconhecidos.
Eu
poderia resumir a história do filme, mas é totalmente desnecessário. A única
parte interessante eu já expliquei: a ideia das 12 horas de matança é no que se
debruçou a direção do filme. Além disso, a trilha sonora é bem peculiar e o
desenrolar é totalmente banal. Há umas duas ou três tramas que se passam concomitantemente
de forma bem pobre. Se você não dormir nos primeiros 20 minutos de filme,
ótimo. A parte boa começa só depois disso.
Apesar
disso, o filme é uma boa distração e com certeza, você não vai desprender os
olhos da tela, procurando saber o que acontece na sequência. Serve também para se
pensar, refletir. Não sei se foi só comigo, mas os mascarados e a ideia de sair
quebrando tudo sem razão aparente me lembrou dos protestos de junho. Não os
pacíficos, obviamente. Sei que posso estar cometendo um crime, mas não fazer a
referência é praticamente impossível.
A
película tem Ethan Hawke, Lena Headey, Adelaide Kane e Mark Burkholder nos
papeis principais. Apesar da sua chatice, rendeu 89 milhões de dólares nos
cinemas americanos e foi considerado um tremendo sucesso, dando lucro comparado
aos 3 milhões gastos para ser feito. Uma sequência será lançada em junho do ano
que vem.
Por Gabriel Johnson (@80cao)
0 comentários:
Postar um comentário