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domingo, 29 de dezembro de 2013

Expurgacao

Imagine que, em uma noite por ano, você fosse livre e pudesse sair por aí matando quem quisesse, com a autorização da polícia e com nenhuma chance do assassinado ser salvo, pois todos os serviços médicos de urgência foram suspensos. Nos Estados Unidos do futuro, em 2022, isso é possível. Pelo menos é o que propõe o filme Uma Noite de Crime (The Purge, 2013). Ninguém está a salvo.

Essa noite, chamada de “expurgação”, permite que você libere sua raiva e seus instintos durante 12 horas, sem que nada o impeça. Ser livre para fazer o que quiser. O motivo é simples: a violência tomou conta do país e as cadeias estão superlotadas. O método propõe aliviar essa situação, e é ao mesmo tempo criticado e ovacionado pela população, mídia e especialistas.

A obra de baixo orçamento nada mais é, ao meu ver, do que uma crítica clara ao liberalismo norte-americano, que mistura ficção científica e futurismo. Apesar de ser caracterizado de terror, nada mais é do que o suspense. Os clássicos sustos são corriqueiros, mas nada aterrorizante. Um grupo de radicais que matam por prazer também são abordados no filme, que usam máscaras para não serem reconhecidos.

Eu poderia resumir a história do filme, mas é totalmente desnecessário. A única parte interessante eu já expliquei: a ideia das 12 horas de matança é no que se debruçou a direção do filme. Além disso, a trilha sonora é bem peculiar e o desenrolar é totalmente banal. Há umas duas ou três tramas que se passam concomitantemente de forma bem pobre. Se você não dormir nos primeiros 20 minutos de filme, ótimo. A parte boa começa só depois disso.

Apesar disso, o filme é uma boa distração e com certeza, você não vai desprender os olhos da tela, procurando saber o que acontece na sequência. Serve também para se pensar, refletir. Não sei se foi só comigo, mas os mascarados e a ideia de sair quebrando tudo sem razão aparente me lembrou dos protestos de junho. Não os pacíficos, obviamente. Sei que posso estar cometendo um crime, mas não fazer a referência é praticamente impossível.

A película tem Ethan Hawke, Lena Headey, Adelaide Kane e Mark Burkholder nos papeis principais. Apesar da sua chatice, rendeu 89 milhões de dólares nos cinemas americanos e foi considerado um tremendo sucesso, dando lucro comparado aos 3 milhões gastos para ser feito. Uma sequência será lançada em junho do ano que vem.

Por Gabriel Johnson (@80cao)

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