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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Não muito miserável


Quem já assistiu Os Miseráveis na Broadway e gostou, certamente gostará deste filme. A adaptação da peça de Victor Hugo para as telonas do mundo rendeu as mais diversas críticas: de ruim a boa, de maravilhosa a péssima. É isso que é intrigante no filme: como a ópera, ele é 100% cantado, quase não havendo diálogos. Ou seja, duas horas de cantorias intermináveis sobre coisas triviais, como “Estou caminhando” ou ainda “O que devo fazer”.

O cenário – muito bem reconstruído, bem como os fabulosos figurinos do elenco – é a Revolução Francesa, no século XIX. O personagem de Hugh Jackman – que tem atuação mediana, apesar da ótima voz para cantar –, Jean Valjean, é preso após roubar um pão. O tempo passa, o personagem se ergue, passa por muitas situações e, mesmo assim, precisa tenta fugir do inspetor Javert (Russel Crowe). Russel Crowe teve certa dificuldade para adaptar-se ao gênero, cantando de forma não muito satisfatória. Talvez a revelação tenha sido Anne Hathaway, que encantou plateias do mundo inteiro com interpretações como “I Dreamed a Dream”, dentre outras.

Quem não amar o filme, irá odiá-lo, do início ao fim. E certamente sairá dos cinemas cantando como se estivesse falando. Sensação esta, óbvia e certeira. Há aqueles que irão sofrer de tédio e ódio durante duas horas ininterruptas e outros que irão se deliciar ao som das músicas e não verão o tempo passar. Outros sairão das salas sem saber se gostaram ou não, completamente indecisos do que acabaram de assistir.

Além dos supracitados, atores e atrizes como Amanda Seyfried, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen e Eddie Redmayne também compõem o elenco. Amanda sabe cantar, como todos já sabem. Sacha e Helena formam um casal trambiqueiro que dá o que rir enquanto Eddie tem pouca expressão durante a película.

Le Mis estreou no Brasil no dia 1º de fevereiro, mas teve sua premiere em dezembro de 2012, em Londres. Em janeiro, estreou nos cinemas britânicos. Com orçamento de 61 milhões de dólares, já rendeu mais de 140 milhões de dólares. Fato é que quem não está familiarizado com a ópera ou com a obra de Victor Hugo, certamente terá visões limitadas deste tributo.

Por Gabriel Johnson (@80cao)

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