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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Oscar | As Injusticas do Oscar 2013


Nas mãos de um dos apresentadores mais polêmicos já escolhidos, a premiação do Oscar teve seus vencedores divulgados no último domingo, 24 de fevereiro. Seth McFarlane, criador da série animada “Family Guy” foi o responsável, juntamente com Jannifer Lawrence, pelo melhor desempenho de audiência da cerimônia nos últimos anos e por incentivar o acesso do público jovem à premiação máxima do cinema.

A noite foi embalada pelos ritmos dos principais musicais, como parte da campanha incansável proposta pela Academia em resgatar o estilo, Seth McFarlane cantou e dançou ao lado de grandes estrelas e garantiu o antigo espírito da cerimônia e além de seu show particular a premiação ainda contou com espetáculos de música e dança de Charlize Theron, Channing Tatum, Catherine Zeta-Jones e o elenco de Os Miseráveis.

A 85ª cerimônia de entrega dos Academy Awards foi sem sombra de dúvidas a que sofreu maior influência da mídia provocando inclusive algumas injustiças (o que não é sinônimo de falta de qualidade). Todos os indicados ocuparam esta posição por merecimento e qualidade técnica e não estariam lá se não fosse o seu bom desempenho, logo, é possível considerá-los grandes vitoriosos. No entanto, alguns dos vencedores apenas receberam a estatueta devido às campanhas de mídia, “clamor social”, compensação e até mesmo para garantir a superioridade do cinema norte americano. 

Encontraremos as “injustiças” ditas anteriormente entre os principais prêmios, como é o caso de Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Filme (lembrando que o uso do termo injustiça não significa falta de merecimento ou qualidade). 

Daniel Day-Lewis é dono da fantástica atuação em Lincoln (leia a crítica aqui), onde deu vida ao personagem que dá nome ao filme, sua perfeita caracterização nos convence que aquele é de fato o 16º presidente dos Estados Unidos e a ótima reconstrução histórica completa aquela que vem a ser uma das melhores, se não a melhor atuação do ator. Do outro lado da balança, temos a esquecida e subestimada atuação de Joaquin Phoenix em O Mestre, onde o ator da vida ao alcóolatra e problemático Freddie. A atuação do ator se tornou mais do que um agrado aos amantes do cinema, se tornou uma conquista pessoal para Phoenix que vinha enfrentando problemas semelhantes aos do personagem e após um período de afastamento das telonas o ator ressurge das cinzas, como seu próprio nome induz, neste brilhante papel. 
Não desmerecendo o prêmio recebido por Lewis e sim colocando a atuação de Phoenix em seu devido lugar e, ainda, analisando a complexidade de ambos os trabalhos, a atuação de Phoenix se torna superior em inúmeros aspectos.

Mencionar filmes que caíram no agrado do público é um tanto quanto complicado, mas vamos lá. Jannifer Lawrence se tornou a mais nova queridinha de Hollywood, muito se deve a sua atuação em Jogos Vorazes e a conquista do carisma pelo público adolescente, e em sua forte atuação em O Lado Bom da Vida a atriz terminou o seu trabalho de conquista e arrecadou mais alguns milhões de fãs. O que acontece é que sua forte atuação se tornou mais forte do que realmente foi devido ao clamor social e às campanhas de mídia, tornando seu rostinho bonito muito mais agradável do que um rostinho francês enrugado. Emmanuelle Riva foi a atriz mais velha indicada ao Oscar e a não recebê-lo, sua experiência e sua postura garantiram uma atuação completa, sincera e sem falhas no drama resultado da coprodução entre Áustria, França e Alemanha. Apenas consigo definir o filme Amor e a atuação de Riva como sendo um tiro seco e certeiro, um filme perto da perfeição técnica e artística. Não há como comparar duas atuações tão distintas, Lawrence e Riva, mas mais uma vez aplicando a tese da complexidade de atuação, Emmanuelle Riva é, definitivamente, uma lição de excelente atuação.

Este ano, a categoria de Melhor Ator Coadjuvante estava relativamente fraca e não há alguém específico para defender, no entanto vejo a premiação conferida ao ótimo ator Christoph Waltz levemente prematura e repetitiva. O papel de Waltz em Django se tornou uma repetição de seu papel em Bastardos Inglórios, aliás, sua atuação se tornou uma repetição e, saliento novamente, não significa que o ator não tenha feito um ótimo trabalho ou que o prêmio não tenha sido merecido, apenas acredito que foi entregue a ele devido à falta de qualificações equivalentes na categoria.

Por fim, o prêmio principal foi conquistado pelo filme Argo (leia a crítica aqui) e de fato o filme é merecedor do prêmio, apesar de não ser “redondinho”, ou seja, não estar ao nível da perfeição. Ainda assim, acredito que o real merecedor seja o filme Amor, pois como já mencionei, o filme possui exatamente a qualidade que falta em Argo, a aproximação da perfeição técnica e artística. Mas por que será que a Academia não deu o prêmio me Melhor Filme ao filme que melhor expõe as qualidades cinematográficas? Seria para se desculpar com Affleck por sua não indicação à Melhor Diretor? Ou seria para garantir a superioridade do cinema americano e evitar que pelo 2º ano consecutivo um filme de origem francesa fosse consagrado e recebesse os principais prêmios? Bom, são perguntas que não saberemos as respostas através da Academia, mas vale a pena refletir e observar o que de fato é bom ou o que de fato é feito para que pensemos que é bom.

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