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domingo, 16 de dezembro de 2012

Crítica | TED


Muito do sucesso do filme se deve à polêmica causada, não pelo personagem, e sim pelo deputado Protógenes Queiroz. Lembram do caso? O deputado levou seu filho pequeno para assistir ao filme e lá chegando se deparou com um filme um tanto quanto agressivo para crianças e em seguida pediu que o filme fosse ‘censurado’ nos cinemas nacionais. Palhaçadinha.

De forma abrangente o filme mostra uma relação de amizade, aquelas amizades sólidas onde no lugar de dar bom dia tu da um xingamento, seu amigo retribui e ambos sorriem. Com o passar dos anos, ao mesmo tempo em que a afinidade cresce, perigos que podem comprometer a amizade surgem e no caso do filme, este perigo se chama Lori.


John ganhou Ted quando tinha 8 anos pois era uma criança muito solitária, excluída pelas outras crianças por motivos de “o filme não disse” e os dois cresceram juntos, e mantêm vivas todas as tradições da infância porém agora regadas à maconha, cerveja e mulheres. John começa a namorar Lori e os primeiros anos são ótimos, mas a relação começa a se perder quando Lori percebe que John, aos 35 anos é aquele mesmo guri de 8 anos. Lori precisava de um homem responsável e não de um menino com seu ursinho falante. Os problemas decorrentes desta situação são óbvios, brigas, perda de confiança, confusão, palavrões, mulheres, drogas, desculpas.... Enfim, coisas óbvias para o contexto do filme.

O filme não traz nada de construtivo, aborda o óbvio e o clichê e tenta usar de forma excessiva a relação de intimidade entre as pessoas com o objetivo de trazer um ambiente mais pessoal, creio. Não podemos dizer que o filme seja ruim, as atuações são medianas apesar de os diálogos soarem falsamente e a ausência de conteúdo ser constantemente provocativa, mas aborda a verdade nua e crua, sem rodeios ou falsas modéstias. Talvez o que mais incomode em relação ao filme não sejam os palavrões, as drogas ou as bebidas porque isso vemos inclusive em horário nobre em canal aberto de televisão e sim, o alto grau de naturalidade e de transparência entre relações que escancaram a intimidade podre humana.


Enfim, Ted apresenta um humor ácido sem grande exigência de alto Q.I. para interpretações e, como dito, aborda uma temática incansavelmente óbvia e rotineira, não ilude e muito menos tem pudores, mas no fundo, no fundo, se procurar bem, podemos observar uma leve homenagem à amizade ogra tanto protegida e almejada entre os humanos.

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