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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Critica | Lincoln


Lincoln é um dos filmes mais aguardados do ano, só não entendi porque, talvez pelo fato de ser dirigido por um grande diretor, Spielberg, ou talvez por ter um grande ator como protagonista, Lewis, ou talvez ainda por contar um período da vida de um grande presidente norte americano, Lincoln. É, acho que estou começando a entender, um filme com tantos "grandes" não poderia deixar de ser uma grande expectativa.

Abraham Lincoln foi presidente dos Estados Unidos por quatro anos, de 1861 a 1865, e era dotado de uma aparência peculiar: era alto, muito magro, barba característica e andar arrastado. Durante o período em que esteve no comando, levou o país à Guerra Civil Americana e garantiu a manutenção da união dos Estados e a abolição da escravatura.

No filme, vemos os meses finais da referida guerra, a constante luta do presidente para conseguir a aprovação, pela Câmara, da abolição da escravatura e... é isso. Como assim? Um filme tão grande só relata isso? Pois é... e se não fossem os escassos debates da câmara e a, já esperada, ótima atuação de Daniel Day Lewis, o enredo do filme estaria comprometido ou talvez ainda fosse celebrado como grande por ser dirigido por Spielberg. Tenho dúvidas. Além disso, o filme flui de acordo com o perfil do presidente, como inúmeras vezes é dito no seu decorrer, sem pressa e sem grandes emoções, mas deixa a desejar com o sua extensa duração e a falta de assunto.

A relação familiar de Lincoln é bastante enfatizada assim como a sua responsabilidade como líder de um país em crise. Sally Field dá vida à Mary Todd Lincoln, esposa do presidente, e mantém seu papel neutro e sem grandes destaques, a não ser por uma cena em que discute com o personagem de Lewis, lembrando ao público de que também é uma boa atriz. Joseph Gordon Levitt é Robert Todd Lincoln, filho do presidente, e  responsável por uma atuação insignificante, desnecessária e inexpressiva. Ao lado de Levitt, temos outra atuação à lá Tutankamon, a do grande Tommy Lee Jones, que não precisa provar para mais ninguém que é um bom ator então acabou esquecendo o que estava fazendo na frente das câmeras vestindo uma roupa do século XIX e uma peruca super fashion com cachinhos castanhos.

Os maiores pontos positivos do filme são, definitivamente, a reconstrução histórica e a atuação de Daniel Day Lewis que tentam preencher os vazios deixados pelo mal aproveitamento do tempo de duração do filme em relação à escassez de enredo. Nem o trabalho de John Williams, grande mestre da música, conseguiu atingir seu objetivo, ou seja, complementar as cenas e embalar as atuações. Em relação à direção, podemos dizer que há tempos Spielberg deixou de surpreender ao cair nas garras da zona de conforto e, diante de seu potencial técnico, o filme está abaixo do esperado.

Enfim, Lincoln é um drama histórico com muitos "grandes" envolvidos e que é alimentado pela mídia cega que enfatiza a aparência e não consegue enxergar a verdade porque não convém ou porque não é tão grande quanto os nomes envolvidos. Ainda deixa muito a desejar em relação à sua duração pois, como dizia Hitchcock, "A duração de um filme deve ser diretamente proporcional à necessidade humana de ir ao banheiro".

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